África: Fundamentos Geográficos, a Herança Geométrica do Imperialismo e o Legado Formador do Brasil


África: Fundamentos Geográficos, a Herança Geométrica do Imperialismo e o Legado Formador do Brasil

I. Introdução: O Continente Mãe e a Complexidade Geopolítica Moderna


O continente africano transcende a narrativa simplista frequentemente associada a estereótipos, emergindo como o berço da humanidade e um mosaico de complexidade geográfica e geopolítica. A África se destaca, de imediato, por sua localização única no globo. É o único continente cortado pela Linha do Equador e pelos Trópicos de Câncer e Capricórnio, o que lhe confere uma vasta extensão latitudinal e longitudinal, atravessando os quatro hemisférios (Norte, Sul, Leste e Oeste).1 Esta extensão é a raiz de sua extrema diversidade climática e de biomas.

Os limites geográficos do continente são cruciais, especialmente no leste, onde a África se conecta e se separa da Ásia. Esses limites são demarcados pelo estratégico Canal de Suez, o Mar Vermelho, o Golfo de Aden e o Oceano Índico.1 A proximidade e a conexão física através do Mar Vermelho e do Canal de Suez estabeleceram a África Setentrional como um polo histórico de comércio e intercâmbio cultural com o Oriente Médio e o Mediterrâneo, muito antes da intensa expansão europeia para o interior. É notável que o litoral leste da África seja majoritariamente retilíneo e rochoso 1, uma característica geomorfológica que historicamente dificultou a penetração e o desenvolvimento de grandes portos naturais profundos, influenciando o padrão inicial de exploração costeira pelos europeus.

A análise deste continente deve partir da premissa de que a geografia física ditou seus recursos e acessibilidade; a história do imperialismo impôs estruturas políticas disfuncionais; e a cultura africana, através da diáspora, especialmente no Brasil, provou ser um agente de modelagem global e formador de identidade.


II. Os Aspectos Físicos de África: Geologia, Relevo e Hidrografia



2.1. A Dinâmica Tectônica e o Relevo de Planaltos


A estrutura geológica da África é dominada pela estabilidade de um antigo escudo continental, resultando em um relevo marcado pela predominância de vastos planaltos de altitude. Contudo, essa estabilidade é confrontada por uma das características geológicas mais dinâmicas do planeta: o Grande Vale do Rifte (Rift Valley), localizado na África Oriental.2

Este fenômeno representa uma extensa zona de separação ativa da crosta terrestre. O processo de rifting provoca um "estiramento" e diluição da crosta continental. Se o movimento de separação persistir, essa crosta diluída eventualmente afundará abaixo do nível do mar, formando corpos d'água, um processo que já ocorreu no Mar Vermelho e no Golfo de Aden.2 O estágio geológico final dessa fragmentação é o nascimento de uma nova bacia oceânica, com a formação de crosta oceânica. A existência e a atividade do Rifte Valley indicam que a África está em um processo lento de fragmentação, sendo responsável pela formação dos grandes lagos da África Oriental e por uma intensa atividade vulcânica, que impacta a distribuição de vida e a formação de minerais valiosos na região.


2.2. Clima e Biomas: A Distribuição Latitudinal


A distribuição climática na África é notavelmente simétrica em relação à Linha do Equador. Devido à sua vasta extensão, o continente apresenta uma variedade de climas, incluindo zonas de altitude, temperado, subtropical, desértico, semiárido e equatorial chuvoso.1

O Deserto do Saara, sustentado pelo clima desértico, constitui a maior barreira física interna e é um fator determinante na separação sociocultural e econômica do continente, influenciando a regionalização. Na África Central, o clima equatorial chuvoso é vital, sustentando a Bacia do Congo, que abriga a segunda maior floresta tropical do mundo. A intensa evapotranspiração dessa vegetação densa é intrinsecamente ligada ao regime hídrico dos rios locais.3


2.3. Os Gigantes Fluviais: Nilo e Congo


Os dois rios mais notáveis da África representam eixos históricos e econômicos distintos.

O Rio Nilo possui uma bacia hidrográfica imensa, estimada em aproximadamente 3.349.000 km², o que corresponde a cerca de um décimo de todo o continente.4 Sua importância histórica para o desenvolvimento do Egito Antigo é inestimável, por sustentar a vida ao longo de um deserto árido. No entanto, o Nilo é interrompido em vários pontos por cataratas e barragens.4

Já o Rio Congo (ou Zaire) destaca-se pelo seu volume, sendo o maior rio africano em fluxo de água e o mais profundo do mundo, atingindo 230 metros de profundidade em seu baixo curso.3 O regime do Congo está diretamente relacionado ao ritmo das chuvas equatoriais, que são influenciadas pela evapotranspiração da densa floresta. Este é o único rio que atravessa a Linha do Equador duas vezes.3 Por percorrer terrenos relativamente planos em muitos trechos, o Congo possui extensas seções navegáveis, o que favorece o fluxo comercial e interliga duas capitais, Brazzaville (Congo) e Kinshassa (República Democrática do Congo).3

A interrupção por cataratas no Nilo o torna vital para a irrigação e geração de energia em pontos específicos. Em contraste, a profundidade e a navegabilidade do Congo 3 posicionam-no como um eixo logístico natural de maior potencial para o transporte e integração econômica das vastas regiões interiores do continente, superando os desafios logísticos impostos pelo relevo.


III. Localização e Regionalização do Continente Africano



3.1. Regionalização Geopolítica e Cultural: A Grande Divisão


A regionalização mais difundida para o estudo da África baseia-se em critérios culturais, religiosos e linguísticos, usando o Deserto do Saara como o principal divisor natural. Essa divisão estabelece duas grandes áreas com perfis socioeconômicos e históricos marcadamente diferentes.5


3.1.1. África Islâmica (Setentrional)


A África Islâmica, ou África Setentrional, compreende a região norte do continente. Sua principal característica é a predominância da religião islâmica e o uso da língua árabe.5 Historicamente, esta área manteve, por milênios, uma forte ligação cultural com a Europa (através do Mediterrâneo) e com o Oriente Médio. Essa conexão resultou em influências e invasões de diversos povos, como romanos, gregos, fenícios, árabes e turcos.5 Essa integração histórica pré-colonial, facilitada pelo comércio transsaariano e mediterrâneo, frequentemente conferiu a esta região um desenvolvimento infraestrutural e econômico distinto em comparação com grande parte da África Subsaariana.


3.1.2. África Subsaariana


A África Subsaariana representa o restante do continente, abrangendo a porção ao sul do Saara. Esta área concentra aproximadamente 75% de toda a população africana, majoritariamente negra.5 A cultura e a religião são diversas, mas com um notável predomínio do animismo (crença que atribui espíritos da natureza que animam as coisas e regem o destino das pessoas).5 Há também uma população branca restrita de origem europeia que pratica a religião cristã.5

A tabela a seguir sumariza as principais diferenças socioeconômicas e culturais entre as duas grandes regiões:

Tabela Essencial 1: Regionalização Sociocultural da África


Região

Critério Geográfico Principal

Religião Predominante

População Majoritária

Conexões Culturais Históricas

África Islâmica (Setentrional)

Norte do Saara

Islã (Língua Árabe)

Árabe

Europa e Oriente Médio (Milenares) 5

África Subsaariana

Sul do Saara

Animismo e Cristianismo

Negra (75% da população africana)

Interações globais intensificadas a partir do Tráfico Atlântico. 5


3.2. Regionalismo e Blocos Econômicos Modernos


O regionalismo na África pós-colonial busca atenuar a fragmentação herdada e solucionar questões políticas e econômicas, primariamente através da promoção do livre-comércio e da superação de conflitos interestatais.6 A União Africana (UA), formalmente estabelecida em 2000, sucedeu a Organização da Unidade Africana, orientando-se agora por planos de desenvolvimento de longo prazo, como a Agenda 2063.6

Um dos projetos mais ambiciosos é a Zona de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA), um esforço para integrar as economias do continente. A AfCFTA visa harmonizar e remover tarifas sobre produtos manufaturados e agrícolas, além de padronizar políticas de concorrência e regulamentações alfandegárias entre os diversos blocos sub-regionais já existentes, como a CEDEAO (Ecowas), a SADC e a COMESA.6 A proliferação desses blocos sub-regionais e a complexidade na plena implementação da AfCFTA demonstram o desafio estrutural de conciliar a cooperação regional com as fronteiras geopolíticas arbitrárias. Essas fronteiras, legadas do colonialismo, frequentemente fragmentam mercados e impedem uma integração logística e econômica eficiente.


IV. África na História do Mundo: Impérios, Partilha e Consequências



4.1. Civilizações Pré-Coloniais: O Poder Africano


Muito antes da chegada dos europeus, a África abrigava impérios sofisticados e poderosos que moldaram a história global, desafiando a visão histórica que foca apenas no Egito ou na passividade do continente.

O Império de Kush, por exemplo, demonstrou grande avanço tecnológico, utilizando o ferro como um recurso essencial em uma época em que os egípcios ainda estavam em estágios iniciais de descoberta deste metal.7 Kush também se notabilizou pelo proeminente papel das mulheres, sendo comum que rainhas sucedessem os reis. Uma das maiores pirâmides do reino foi, inclusive, construída em homenagem a uma governante feminina.7

Outro exemplo de superpotência foi o Império de Axum, na atual Etiópia. Axum se estabeleceu como um dos maiores mercados do nordeste da África, mantendo uma forte força naval e dominando a costa do Mar Vermelho até o século VII.7 Este império foi saudado por um escritor persa como "uma das quatro maiores potências do mundo" e é creditado por ter desenvolvido o

Ge'ez, uma língua escrita única na África, baseada em um conjunto de sinais fonéticos.7 A existência e o reconhecimento de impérios como Kush e Axum atestam que a África Antiga e Medieval era um centro ativo de inovação (linguística, metalurgia) e poder militar, sendo um polo de comércio global.


4.2. O Século do Imperialismo e a Conferência de Berlim


Até o final do século XIX, a presença europeia na África era, em grande parte, restrita às regiões costeiras do continente.8 O crescente interesse pelo interior, motivado pela busca por recursos e pela expansão de impérios coloniais, levou o chanceler alemão Otto von Bismarck a organizar a Conferência de Berlim (1884-1885). Inicialmente convocada para regular a navegação fluvial nos grandes rios, a conferência rapidamente se transformou na formalização da Partilha da África (

Scramble for Africa).8

O resultado mais devastador da Conferência foi a criação de fronteiras artificiais.9 As potências europeias traçaram linhas no mapa que desconsideraram completamente as fronteiras políticas e as divisões étnicas africanas preexistentes. A conveniência administrativa colonial levou à violenta separação de tribos associadas e, pior, ao agrupamento de tribos rivais dentro dos mesmos territórios, todos submetidos ao domínio de uma única potência.9

Este ato de traçar linhas retas no mapa, a chamada "herança geométrica do imperialismo", é considerada a principal causa dos conflitos e crises que a África enfrenta na atualidade.9 O desrespeito às identidades étnicas e políticas originais gerou

conflitos civis e crises crônicas no período pós-independência, à medida que grupos rivais lutam para governar os Estados nacionais artificialmente definidos.9


4.3. Descolonização e o Neocolonialismo


O processo de descolonização intensificou-se majoritariamente no século XX 10, muitas vezes após longas e violentas lutas contra as metrópoles (como nos casos da Argélia ou das colônias portuguesas). Esse processo foi profundamente influenciado pela Guerra Fria. A União Soviética, por exemplo, apoiou a luta em países como Angola e a resistência ao racismo, notadamente o CNA (Congresso Nacional Africano) contra o

apartheid na África do Sul, procurando ampliar sua influência e reduzir o domínio ocidental.12

Entretanto, o fim do domínio político formal não significou o fim da exploração. O Neocolonialismo manteve as estruturas econômicas extrativas e as fronteiras artificiais 9, facilitando a interferência de potências externas. A manutenção dessas estruturas dificultou a estabilidade política e o desenvolvimento econômico soberano das novas nações africanas.


V. O Legado Africano na Formação do Brasil: Cultura, Língua e Identidade


O legado africano é inestimável e constitui uma das matrizes fundamentais da identidade brasileira, ultrapassando o campo do folclore para permear a estrutura da língua, da religião e do hábito alimentar.


5.1. A Matriz Linguística e a Modelagem do Português Brasileiro


A história da língua portuguesa falada no Brasil foi profundamente marcada pelo contato com os povos escravizados trazidos do continente africano.13 Cerca de 70% dos 4,9 milhões de africanos vieram da África Centro-Ocidental (regiões que hoje correspondem a Angola e Congo), falando predominantemente línguas do grupo Banto, como o Quicongo, o Quimbundo e o Umbundo.13

Esta matriz Banto foi o principal agente modelador do português falado no Brasil, conferindo-lhe uma nova musicalidade, estrutura sintática e centenas de novas palavras e expressões. A palavra samba, por exemplo, deriva do quimbundo semba, que significa um tipo de dança.13 O fato de a matriz Banto ter sido o principal agente modelador implica que a cadência e o sotaque distintivos do português brasileiro são, em grande parte, herança de estruturas fonéticas africanas, estabelecendo uma diferenciação fundamental em relação à variante europeia.

A necessidade de comunicação entre os diversos grupos africanos no Brasil levou, inclusive, à emergência de línguas francas, como a Língua de Mina em Minas Gerais no século XVIII.13 A sua importância era tamanha que foi registrada em manuais da época, atestando seu uso ativo na comunicação intertribal e com os senhores de escravos na região das minas.13


5.2. A Cultura do Sagrado: Candomblé e Umbanda


A religião foi uma das formas mais importantes de resistência e preservação da identidade cultural africana durante o cativeiro.13 Em locais secretos, como os

calundus ou os quilombos, os valores ancestrais eram preservados.13 Os povos iorubás (nagôs) e jejes foram essenciais na fundação do modelo do

Candomblé jeje-nagô em Salvador, mantendo-se fiéis aos ritos que celebram os orixás.13

Já a Umbanda, criada no início do século XX, representa um sincretismo que funde o culto aos orixás com elementos indígenas (Caboclos) e o espiritismo europeu (Kardecismo).14 Observa-se uma diferença ritualística, pois a Umbanda utiliza uma maior variedade de frutas e arroz em suas oferendas, e pratica com menor frequência o ritual de "alimentar as entidades" em comparação ao Candomblé.14


5.3. Gastronomia de Origem: O Alimento como Código Cultural


O hábito alimentar do brasileiro moderno formou-se a partir da fusão de três matrizes principais: a europeia, a indígena e a africana.14 A culinária africana forneceu não apenas temperos e modos de preparo, mas também ingredientes cruciais, muitos dos quais eram utilizados em rituais religiosos.15

A feijoada, por exemplo, é amplamente reconhecida como um prato nacional com forte influência africana em seu preparo.15 Ingredientes trazidos ou adaptados pelos africanos, como o

inhame, são tubérculos de grande importância. O inhame é central na culinária de santo, sendo utilizado na feitura de farofas, bolinhos como o ekurú (para Xangô) e pratos como o caruru.16

Na cultura afro-brasileira, a culinária (comida de terreiro) não é apenas sustento físico; é uma linguagem e uma matéria do sagrado. O alimento é especificamente destinado a cada orixá, nutrindo o corpo e o espírito.15 A adaptação e manutenção desses pratos, utilizando ingredientes como o dendê e o inhame, demonstram a resistência cultural e a capacidade de preservar as crenças em um ambiente hostil.

O Legado Africano na Cultura Brasileira


Campo de Influência

Origem Africana Predominante

Exemplos no Brasil

Impacto Estrutural

Linguagem

Banto (Quimbundo, Quicongo)

Estrutura sintática, musicalidade, palavras (samba, caçula, axé).

Principal agente de modelagem do português falado no Brasil.13

Religião

Iorubá (Nagô), Gbe (Jeje)

Candomblé (culto aos Orixás), Sincretismo da Umbanda.

Base da resistência e preservação da identidade cultural.13

Culinária (Sagrado/Profano)

Oeste Africano e Banto

Feijoada, Acarajé, Caruru, uso ritualístico de dendê e inhame.

Alimento como linguagem do sagrado e matriz do hábito alimentar brasileiro.15


VI. Conclusão e Apêndice Didático


A África se apresenta como um continente de contrastes marcantes. Sua geografia, definida pela estabilidade dos planaltos e pela intensa dinâmica do Rift Valley 2, criou um cenário de riqueza natural e desafios logísticos, evidenciado pela diferença entre o Rio Nilo (irrigação) e o Rio Congo (navegabilidade e volume).3

A instabilidade política e econômica contemporânea é uma consequência direta da Partilha de Berlim, que impôs fronteiras artificiais, desrespeitando as estruturas étnicas e plantando a semente de conflitos intermináveis no pós-independência.9

A despeito dos desafios históricos, a diáspora africana foi fundamental para a construção da identidade brasileira, sendo a matriz fundamental para a musicalidade e a estrutura do português 13, para a formação das religiões afro-brasileiras e para o desenvolvimento da gastronomia nacional.15 Reconhecer a complexidade geográfica e o peso histórico da África é essencial para entender não só o continente, mas também a própria formação do Brasil.


10 Questões de Múltipla Escolha sobre o Continente Africano


  1. Qual fenômeno geológico é responsável pela formação de lagos profundos na África Oriental e pela separação gradual da placa tectônica, que pode culminar na criação de uma nova bacia oceânica?
    a) O Arco Montanhoso do Atlas.
    b) O Escudo da Guiana.
    c) O Grande Vale do Rifte (Rift Valley).
    d) O Maciço Etíope.

  2. O Rio Congo (Zaire) possui diversas características singulares. Qual das opções abaixo descreve corretamente uma dessas características?
    a) Seu regime hídrico depende exclusivamente do derretimento de neves de altitude.
    b) É o rio mais longo do mundo, atravessando dez países.
    c) É o rio mais profundo do mundo e o único a cruzar o Equador duas vezes.
    d) É interrompido por cataratas em seu curso superior, o que impede totalmente a navegação comercial.

  3. Qual é o principal critério utilizado para regionalizar a África em África Islâmica (Setentrional) e África Subsaariana?
    a) O nível de desenvolvimento industrial e o PIB per capita.
    b) A linha de separação política estabelecida na Conferência de Berlim.
    c) O aspecto cultural, religioso (Islã) e linguístico (Árabe) em relação ao Deserto do Saara.
    d) A presença de populações brancas de origem europeia na porção Sul.

  4. Na história do Brasil, qual grupo de povos africanos escravizados é considerado o principal agente modelador da estrutura sintática e da musicalidade do português falado no país?
    a) Os Iorubás (Nagôs), concentrados em Salvador.
    b) Os Bantos (Quicongo, Quimbundo), provenientes da África Centro-Ocidental.
    c) Os povos Jejes, provenientes da Costa da Mina.
    d) Os povos da etnia Hausa, vindos do Sahel.

  5. O principal resultado geopolítico da Conferência de Berlim (1884-1885), que é a causa estrutural de muitos conflitos civis contemporâneos na África, foi:
    a) O estabelecimento de um regime de livre-comércio entre as potências coloniais.
    b) A criação de fronteiras artificiais que agruparam tribos rivais e separaram grupos associados.
    c) A proibição do comércio de escravos no interior do continente.
    d) O reconhecimento da soberania de antigos impérios, como o Axum.

  6. Qual antiga civilização africana, que floresceu na atual Etiópia, foi saudada como "uma das quatro maiores potências do mundo" e desenvolveu o Ge'ez, uma língua escrita única de sinais fonéticos na África?
    a) Reino do Mali.
    b) Império do Gana.
    c) Império de Axum.
    d) Reino de Songhai.

  7. A culinária afro-brasileira é reconhecida por sua função ritualística. Qual ingrediente, um tubérculo africano, é central na culinária de santo (como na feitura de ekurú para Xangô) e atesta a persistência das crenças em solo brasileiro?
    a) A mandioca.
    b) O trigo.
    c) O milho (variante indígena).
    d) O inhame.

  8. Qual característica cultural e histórica define a África Islâmica (Setentrional), diferenciando-a do restante do continente?
    a) A ausência de influência externa em sua história.
    b) A total exclusão da religião cristã.
    c) Uma ligação milenar com as culturas do Oriente Médio e da Europa (Mediterrâneo).
    d) A predominância exclusiva de climas de altitude.

  9. Qual a estimativa de concentração populacional na África Subsaariana em relação ao total do continente?
    a) Aproximadamente 25%.
    b) Aproximadamente 50%.
    c) Aproximadamente 75%.
    d) Quase 100%.

  10. Diferentemente do Candomblé (que se mantém fiel aos orixás), a Umbanda se destaca por seu sincretismo e pela utilização de quais elementos em suas oferendas, além de santos católicos e orixás?
    a) Somente elementos do judaísmo.
    b) Elementos do Kardecismo europeu e o culto a entidades como Caboclos (indígenas americanos).
    c) A adoração a deuses gregos.
    d) O uso exclusivo de carne bovina.


Gabarito


  1. c) O Grande Vale do Rifte (Rift Valley).

  2. c) É o rio mais profundo do mundo e o único a cruzar o Equador duas vezes.

  3. c) O aspecto cultural, religioso (Islã) e linguístico (Árabe) em relação ao Deserto do Saara.

  4. b) Os Bantos (Quicongo, Quimbundo), provenientes da África Centro-Ocidental.

  5. b) A criação de fronteiras artificiais que agruparam tribos rivais e separaram grupos associados.

  6. c) Império de Axum.

  7. d) O inhame.

  8. c) Uma ligação milenar com as culturas do Oriente Médio e da Europa (Mediterrâneo).

  9. c) Aproximadamente 75%.

  10. b) Elementos do Kardecismo europeu e o culto a entidades como Caboclos (indígenas americanos).


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Trabalhos citados

  1. Visualização de Localização Geografia do Continente africano - Revistas Editora Enterprising, acesso a setembro 28, 2025, https://www.revistas.editoraenterprising.net/index.php/rpgc/article/view/453/690

  2. O Grande Vale do Rifte na África Oriental - Igeológico - Marketing ..., acesso a setembro 28, 2025, https://igeologico.com.br/o-grande-vale-do-rifte-na-africa-oriental/

  3. MAIORES RIOS DA ÁFRICA-Aprendendo a aprender - YouTube, acesso a setembro 28, 2025, https://www.youtube.com/watch?v=9P-x3ETHJaU

  4. Rio Nilo: características, localização, importância - Brasil Escola, acesso a setembro 28, 2025, https://brasilescola.uol.com.br/geografia/rio-nilo.htm

  5. Regionalização do território africano - Mundo Educação, acesso a setembro 28, 2025, https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/regionalizacao-territorio-africano.htm

  6. INTEGRAÇÃO REGIONAL AFRICANA: PANORAMA, AVANÇOS E DESAFIOS - Repositório do Conhecimento do Ipea, acesso a setembro 28, 2025, https://repositorio.ipea.gov.br/bitstreams/472e3b08-eb5e-43e7-b83b-14d129200da8/download

  7. 10 civilizações africanas mais surpreendentes que a egípcia - Portal Geledés, acesso a setembro 28, 2025, https://www.geledes.org.br/10-civilizacoes-africanas-mais-surpreendentes-que-egipcia/

  8. Conferência de Berlim e o mito da partilha da África - Ciência Hoje, acesso a setembro 28, 2025, https://cienciahoje.org.br/artigo/conferencia-de-berlim-e-o-mito-da-partilha-da-africa/

  9. Conferência de Berlim: Partilha da África - Brasil Escola - YouTube, acesso a setembro 28, 2025, https://www.youtube.com/watch?v=ETg7HjWc4PM

  10. Descolonização de África – Wikipédia, a enciclopédia livre, acesso a setembro 28, 2025, https://pt.wikipedia.org/wiki/Descoloniza%C3%A7%C3%A3o_de_%C3%81frica

  11. Descolonização da África: o que foi, resumo, causas - Mundo Educação - UOL, acesso a setembro 28, 2025, https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/descolonizacao-africa.htm

  12. A DESCOLONIZAÇÃO DA ÁFRICA: NACIONALISMO E SOCIALISMO - Revistas USP, acesso a setembro 28, 2025, https://revistas.usp.br/sankofa/article/download/158261/153444/350585

  13. Heranças africanas no Português do Brasil – Museu da Língua ..., acesso a setembro 28, 2025, https://www.museudalinguaportuguesa.org.br/lingua-africanas-na-experiencia-portugues-do-brasil/

  14. Comida e religiosidade: Dos cultos afro-brasileiros para a história da alimentação brasileira. - CCHLA/UFRN, acesso a setembro 28, 2025, http://www.cchla.ufrn.br/humanidades2009/Anais/GT23/23.1.pdf

  15. Conheça a influência africana na culinária brasileira - Agência Brasil - EBC, acesso a setembro 28, 2025, https://agenciabrasil.ebc.com.br/radioagencia-nacional/cultura/audio/2014-11/conheca-influencia-africana-na-culinaria-brasileira

  16. Comidas da religião afro-brasileira omolokô: linguagem e matéria do sagrado - Dialnet, acesso a setembro 28, 2025, https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/10182298.pdf

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