Especialista em recursos energéticos não convencionais relatou práticas utilizadas pelos Estados Unidos para minimizar os riscos ao meio ambiente
A exploração de gases naturais não convencionais, como o gás de xisto, apresenta riscos ao meio ambiente, mas cada país precisa desenvolver práticas para tornar menores os impactos, disse o professor Joseph Figueiredo, do Bureau de Recursos Energéticos dos Estados Unidos. Ele apresentou uma palestra ontem na Comissão Senado do Futuro.
A exploração do gás de xisto (ou gás de folhelho) é feita por fraturamento hidráulico, em que água é misturada a elementos químicos para fragmentar rochas sedimentares. Esse processo apresenta riscos ambientais como contaminação das águas subterrâneas, do lençol freático e do solo; emissões de metano (que podem trazer danos à camada de ozônio) e ativação de falhas geológicas (que podem provocar terremotos).
Segundo o professor, no entanto, o desenvolvimento tecnológico e a experiência podem diminuir esses impactos. Entre as práticas para isso, estão o uso de água imprópria para o consumo, em vez de água potável, e o monitoramento de atividades sísmicas.
— Também se procura limitar as emissões de metano fugitivo durante o processo, medindo a qualidade do ar antes e depois da perfuração dos poços, investindo no selamento de poços e usando equipamento de infravermelho para saber se o metano está escapando e de onde.
Também é preciso informar a população das áreas envolvidas sobre como o governo está lidando com a questão. Um dos maiores desafios, segundo Figueiredo, é o engajamento com a comunidade.
Brasil
O consultor do Senado Luiz Bustamante, especialista em mineração, apontou um grande potencial na área de gases não convencionais no Brasil. Segundo ele, estudos estimam que o país tem a décima maior reserva de xisto do mundo e há possibilidade de que a reserva seja ainda maior.
Esse potencial, no entanto, não é explorado. O último leilão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) para a exploração de xisto foi alvo de contestações na Justiça, devido aos possíveis danos ao meio ambiente.
— É uma grande riqueza, que pode gerar renda, emprego, recursos para os estados e municípios que estão em crise fiscal severa. Também possibilitaria a industrialização de áreas no interior — ponderou.
Fonte: Jornal do Senado, Brasília, terça-feira, 29 de novembro de 2016
O gás de xisto ou gás não-convencional é um gás natural encontrado no interior de um tipo poroso de rocha sedimentar denominado xisto argiloso. Basicamente, possui a mesma composição química do petróleo, porém seu invólucro e modo de produção são diferentes.
Fonte: Jornal do Senado, Brasília, terça-feira, 29 de novembro de 2016
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Gás de xisto no mundo. Imagem: wikipedia |
O gás de xisto ou gás não-convencional é um gás natural encontrado no interior de um tipo poroso de rocha sedimentar denominado xisto argiloso. Basicamente, possui a mesma composição química do petróleo, porém seu invólucro e modo de produção são diferentes.
Comprimido no interior da rocha sedimentar porosa, o gás de xisto é explorado através de uma tecnologia denominada fraturamento hidráulico: uma técnica que utiliza as fraturas produzidas pela alta pressão hidráulica e introdução de água, areia e uma mistura de produtos químicos, sendo alguns tóxicos, no interior do reservatório, o que permite que o gás flua e seja extraído. Tal precisão requer uma tecnologia avançada para perfurar e estimular (fraturar) as zonas que englobam o gás.
A extração do gás de xisto é polêmica, pois o processo de fraturamento hidráulico pode gerar contaminação de lençóis freáticos e da água potável que os cidadãos consomem. O risco ambiental envolvido na extração do gás, que ocorre com a utilização de uma mistura tóxica de aproximadamente 600 produtos químicos, é considerável, e não há estudos que comprovem que a tecnologia usada na extração não ofereça riscos. O re-fracking, um aperfeiçoamento dessa técnica, é visto como alternativa ambientalmente segura para a exploração de gás de xisto e outros combustíveis fósseis.
Fonte: Wikipedia - Este texto é disponibilizado nos termos da licença Creative Commons - Atribuição - Compartilha Igual 3.0
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