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Debatedores defendem ensino integral para combater defasagem causada pela pandemia

 

A adoção do ensino médio em tempo integral, segundo especialistas em educação, pode ser uma boa estratégia para tentar recuperar os prejuízos na aprendizagem decorrentes da pandemia do coronavírus.

Participantes de audiência pública sobre o tema na Comissão de Educação da Câmara nesta sexta (5) ressaltaram que problemas como deficiências em Português e Matemática, falta de compreensão de textos e evasão escolar já existiam antes, mas foram agravados pela crise sanitária.

Segundo o coordenador geral de Ensino Médio da Secretaria de Educação Básica do MEC, Fernando Ferreira, o Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio Integral (EMTI) beneficia 321 mil alunos de 1.438 escolas em todo o país, em dois modelos, com 35 e 45 horas por semana.

Desde 2017, o programa já repassou R$ 1,618 bilhões para as secretarias estaduais de Educação – uma verba de R$ 2 mil reais por aluno por ano. Fernando Ferreira apontou como ponto principal desta política pública a flexibilização curricular, que pode ajudar no enfrentamento das consequências da crise sanitária.

“Essas unidades escolares que ofertam hoje o programa de ensino médio em tempo integral possibilitam uma série de unidades curriculares, conforme a necessidade pedagógica dos estudantes, conforme o contexto no qual estão inseridas e isso é muito importante para a gente trabalhar os impactos da pandemia, trabalhar estratégias diferenciadas para a busca ativa e a recomposição dessas aprendizagens”, disse.

Os debatedores citaram a meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), que prevê que, até 2024, 50% das escolas públicas do país tenham ensino integral. Paulo de Brito, da Secretaria de Educação de Pernambuco, espera alcançar 70% de educação integral em fevereiro do ano que vem e apresentou a melhora do desempenho do estado no Ideb, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.

Ana Gardennya Linard, da Secretaria de Educação do Ceará, estado que é referência na educação básica, salientou as novas necessidades que chegaram com a pandemia e o ensino híbrido, como a compra de equipamentos e a melhoria da conexão da internet. Ela lembrou que a educação em tempo integral é cara.

“Aumenta a alimentação, aumenta o custeio de uma escola dessas. Então a gente precisa discutir como implementar, como fortalecer o tempo integral, mas dentro das possibilidades dos estados, com o apoio das políticas de fomento, até mesmo numa perspectiva de continuidade e de ultrapassar essa meta de 50%”, disse.

Os compromissos do Brasil com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), que determinam uma educação inclusiva, equitativa e de qualidade até 2030, foram explicitados por Claudia Costin, da Fundação Getúlio Vargas, que insistiu na necessidade de investimento nos professores e no ambiente educacional.

Qualidade
Para o deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), que mediou o debate, a discussão sobre ensino integral não deve levar em conta somente a carga horária, mas a qualidade do ensino oferecido nas escolas públicas.

“A gente fala em tempo integral, mas não é qualquer escola, não é qualquer contexto escolar, não é qualquer forma de atuação do professor, de planejamento, de cultura, não é isso. Essa forma diferenciada potencializa os resultados da escola em tempo integral.”

Ana Paula Pereira, diretora-executiva do Instituto Sonho Grande, mostrou resultados de curto prazo no desempenho dos alunos da educação integral, mas evidenciou também as consequências positivas a longo prazo.

“Quem passou pelo integral tem mais chance de ingressar no ensino superior, tem o salário médio mensal maior, trabalha em setores com mais alta qualificação e, além disso, tem resultados de equidade. Então o integral fecha o gap salarial que é de 13% entre negros e brancos, que é visto no regular; tem mais chance de as mulheres entrarem no mercado de trabalho e os estudantes casam mais tarde e têm filhos mais tarde”, afirmou.

Ana Paula Pereira informou que, antes da pandemia, 1,3 milhão de estudantes entre 15 e 17 anos  estavam fora da escola em todo o país. Na audiência pública, os representantes dos governos de Pernambuco e do Ceará contaram que uma das estratégias para diminuir a evasão foi convocar lideranças entre os próprios alunos para fazer a chamada “busca ativa” pelos colegas que tiveram que abandonar os estudos, entre outros motivos, para complementar a renda familiar.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

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