Regionalização Mundial: Ocidente e Oriente

    Uma compreensão aprofundada da divisão mundial em Ocidente e Oriente revela mais do que simples direções geográficas. Embora "Ocidente" remeta ao pôr do sol e "Oriente" ao nascer, e o Meridiano de Greenwich sirva como um divisor imaginário, essa dicotomia transcende a cartografia, sendo profundamente enraizada em construções históricas e culturais que moldaram relações de poder.



    A civilização ocidental encontra suas raízes na rica herança greco-romana. A filosofia grega, com seus pensadores icônicos, lançou as bases do pensamento racional e científico, influenciando campos como a Física, Matemática e Medicina. A própria ideia de democracia, essencial para muitos governos ocidentais, floresceu na Grécia Antiga. Roma, por sua vez, contribuiu com os fundamentos do Direito e da Justiça, estruturas que ainda hoje sustentam sociedades modernas. Elementos culturais, como o teatro grego, também permeiam a expressão ocidental.

    A partir do século XV e XVI, as Grandes Navegações revolucionaram a percepção global. A expansão das rotas comerciais e a "descoberta" de novos continentes, como a América, estabeleceram a Europa como o epicentro da ciência e da cultura. Esse período marcou o início de uma vasta difusão da influência europeia pelo mundo.

    No século XIX, o avanço do capitalismo industrial impulsionou o imperialismo europeu, levando à colonização massiva da Ásia e da Oceania. Essa empreitada não apenas expandiu os domínios territoriais e as fontes de recursos para a indústria europeia, mas também consolidou a narrativa de um "Oriente" distinto e muitas vezes subalterno, forjado para justificar a exploração e o acúmulo de riquezas pelas potências ocidentais. A riqueza taxonômica de mapas e tabelas da época ilustra a intensidade dessa apropriação e a cobiça por territórios como Índia e China.

  


Percepções históricas, como o antigo "Mapa T/O" medieval, que dividia o mundo em apenas três continentes com Jerusalém ao centro, evidenciam como essas noções de Oriente e Ocidente evoluíram. Hoje, essas distinções são mais complexas, permeadas por nuances culturais, religiosas e socioeconômicas, e são constantemente debatidas, refletindo a intrincada teia de interdependências e identidades no cenário global.

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