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Igualmente diferente


Comunidade de aprendizagem no DF não terá provas nem divisão por salas


O aprendizado por meio de projetos, sem aplicação de provas e com a participação da comunidade, é a proposta da Comunidade de Aprendizagem do Paranoá (CAP), que começará este ano a atender 560 crianças da região administrativa, que fica a cerca de 15 quilômetros do centro de Brasília.

A estrutura não terá a divisão usual por salas e cadeiras enfileiradas. A ideia é que os estudantes proponham temas e os desenvolvam por meio de projetos, oficinas e roteiros de estudo. Por exemplo, uma criança que mora em uma rua sem asfaltamento, que afeta a saúde de algum membro da família, por causa da poeira, pode levar essa demanda para a escola, que será trabalhada em diversos aspectos.

“A partir dessa demanda, o currículo da criança vai ser trabalhado em torno desse projeto. Ela vai aprender em química como se faz a mistura do asfalto, pode aprender por que a poeira causa doenças. Também vai ter que ter atitudes para mudar a realidade, fazer passeatas, ligações para pressionar o governo. Ações cidadãs, além dos conteúdos que serão abarcados em todo o projeto”, explica a professora Marina Teatini de Carvalho, uma das idealizadoras do projeto.

Apesar da forma de ensino diferenciado, o conteúdo é o mesmo previsto na Base Nacional Comum Curricular. Não haverá medição do aprendizado por meio de provas, e a avaliação será feita de maneira contínua, processual e cumulativa.

Estrutura


O projeto foi elaborado por um grupo de professores para ser aplicado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal, ou seja, será uma escola pública. O prédio onde funcionará a CAP ainda está em obras, e deve ficar pronto até abril. Por enquanto, as crianças da comunidade estão assistindo a aulas em uma escola na região administrativa do Cruzeiro, mas as professoras da CAP já estão trabalhando com os alunos em galpões no Paranoá.

A estrutura principal da Comunidade de Aprendizagem do Paranoá é dividida em três espaços amplos, semelhantes a galpões. Como o espaço é compartilhado, os estudantes não são agrupados no local de acordo com faixa etária ou ano.

A escola se organiza em dois núcleos de aprendizagem: iniciação e desenvolvimento. Todos os alunos entram no núcleo de iniciação, onde são trabalhados aspectos sociais, emocionais, lógicos e linguísticos. Para passar para o núcleo de desenvolvimento, o aluno precisa adquirir atitudes, valores e autonomia, além do aprendizado.

Conexão com a realidade


Para a professora Marina, a conexão com a realidade dos alunos é fundamental para o aprendizado. “Qualquer pessoa que estuda a ciência do conhecimento sabe como o conhecimento acontece de fato entre os neurônios. Sabemos que o conhecimento vai ser realmente aprendido se for realmente significativo, ele tem que ter alguma âncora com a realidade da pessoa. Não tem como aprender de verdade se a pessoa está em uma bolha, onde não está vivenciando os conhecimentos. Além disso há uma transformação da realidade, a criança descobre o seu potencial de transformação, e isso é impagável”, explica.

O secretário de Educação do Distrito Federal, Júlio Gregório Filho, também ressalta que a medida está alinhada com a necessidade de transformações no modelo pedagógico atual. “A sociedade do século 21 não se adapta à escola que foi criada para séculos anteriores. Não vamos conseguir alterar nosso sistema atual se não abrirmos espaços para novas práticas pedagógicas”, avalia.

A inspiração para a escola do Paranoá veio de outros projetos já existentes, como a Escola da Ponte, em Portugal, e o Projeto Âncora, em Cotia (SP). O pedagogo português José Pacheco, que encabeçou a criação da Escola da Ponte, participou do processo de formação da Comunidade de Aprendizagem do Paranoá.

Fonte: EBC - Sabrina Craide - Repórter da Agência Brasil - Título meu.

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