Segundo o governo federal, o atual modelo de gestão de universidades e de institutos federais é "pesado", "burocrático" e "não atende às necessidades do pesquisador". Na justificativa encaminhada ao Congresso, os ministros da Educação, Abraham Weintraub; da Ciência e Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes; e da Economia, Paulo Guedes argumentam que o Future-se pretende fazer frente à dificuldade de o orçamento público atender a diversas demandas sociais, sobretudo em períodos de crise fiscal.
"O Future-se pretende criar condições e incentivos para que essas instituições expandam suas fontes adicionais de financiamento", diz o texto. "Sem prejuízo ao investimento público que sempre fez e fará delas patrimônio de todos os brasileiros", destaca a justificativa. Na prática, o programa aumenta a autonomia administrativa de universidades e de institutos federais para que se autofinanciem por meio da captação de recursos. Além disso, o Executivo propõe que essas instituições estejam mais abertas a experiências internacionais de ensino.
Como mudanças em relação ao modelo atual, o Future-se permite parcerias com empresas, o uso de imóveis das instituições como fontes de arrecadação (cessão de uso, concessão, comodato) e a criação de fundos de investimentos imobiliários, entre outros. Fundos patrimoniais também poderão financiar as ações do Future-se.
O texto, por exemplo, autoriza explicitamente os chamados contratos de naming rights (do inglês, direito de nomear). Por meio desses contratos, a instituição de ensino autoriza, em troca de compensação financeira, o batismo de bem, evento ou local a ela relacionado com o nome de empresa ou de pessoa física.
O texto permite que os contratos de resultados envolvam as fundações de apoio, que poderão contratar serviços, executar obras, adquirir materiais e insumos ou ainda produzir e comercializar a marca das instituições ou o excedente do que nelas for produzido.
Estabelece ainda que cada universidade ou instituto federal tenha como diretriz a inclusão em suas matrizes curriculares de conteúdos ligados à propriedade intelectual, ao empreendedorismo e à inovação.
A dupla titulação (double degree, em inglês) permite que duas universidades - uma brasileira e outra estrangeira – outorguem dois diplomas de igual teor ao aluno que tiver cumprido as exigências acadêmicas de titulação de ambas instituições. A cotutela ou orientação conjunta favorece a orientação simultânea do aluno por professores de instituição nacional e estrangeira. Por fim, a titulação conjunta (joint degree, em inglês) autoriza instituições a expedirem um único diploma, juntamente com instituição estrangeira, sem necessidade de novo credenciamento ou de autorização específica.
O projeto cria o Dia Nacional do Estudante Empreendedor, a ser comemorado no primeiro sábado depois do Dia do Trabalhador.
Fonte: Agência Câmara de Notícias
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